Planejamento: do economicismo moderno à dialética socioespacial
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.2008v10n1p29Palabras clave:
planejamento, dialética socioespacial, modernidade, espaço social.Resumen
A teoria e a práxis do planejamento, nas sociedades capitalistas modernas, refletem a consolidação de um modelo de racionalidade fundado numa visão mecanicista dos processos sociais. A matriz positivista da ciência – que busca enunciar (e predizer) os fenômenos sociais por meio de leis universais – alcançou posição hegemônica e assentou as bases do planejamento moderno. No campo da Economia Política, dominada pela perspectiva mecanicista embutida na corrente neoclássica, a busca da construção de esquemas teóricos generalistas confere ao espaço, enquanto categoria analítica, um papel secundário. O presente artigo propõe inicialmente uma discussão epistemológica, buscando avaliar criticamente o significado da incorporação de um paradigma economicista e mecanicista por parte da teoria do planejamento. Entrecortando a discussão epistemológica, procuramos, amparados na perspectiva teórica neomarxista, reafirmar o papel do espaço como categoria elementar à compreensão dialética da dinâmica capitalista, sem a qual uma teoria do planejamento incorreria em importante lacuna. O reconhecimento de que as contradições do modo de produção devem ser desvendadas pela investigação do espaço socialmente engendrado é capaz de nos conduzir a uma teoria social mais robusta no balizamento do planejamento.
Descargas
Citas
ARISTÓTELES (1997). Política. Brasília: Editora UnB.
CASTELLS, M. (1977). The Urban Question. Londres: Edward Arnold.
CASTELLS, M. (1999). A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura – A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra.
EDITORA NOVA CULTURAL (2000). Aristóteles – Vida e Obra.São Paulo: Nova Cultural.
FRIEDMANN, J.; ALONSO, W. (eds) (1964). Regional Development and Planning. Cambridge, Massachussets: MIT Press.
FRIEDMANN, J. e WEAVER, C. (1979). Territory and Function: the evolution of regional planning. Los Angeles: University of California Press.
FRIEDMANN, J. (1987). Planning in the Public Domain: from knowledge to action.Princeton: Princeton University Press.
GOTTDIENER, M. (1993). A Produção Social do Espaço Urbano. São Paulo: EDUSP .
HARVEY, D. (1973). Social Justice and the City.Baltimore: Johns Hopkins University Press.
HARVEY, D. (1975). The Geography of Capitalist Accumulation: a reconstruction of Marxian Theory. Antipode, 7, pp. 9-21.
HARVEY, D. (1977). Labor, Capital and Class Struggle Around the Built Environment in Advanced Capitalist Societies. Politcs and Society,6, pp.265-295.
HARVEY, D. (1992). A Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola.
HERRERA, R. (2006). The Neoliberal “Rebirth” of Development Economics. Monthly Review, v.58, nº1, maio de 2006.
IONESCU, G. (1976). The Political Thought of Saint-Simon.New York: Oxford University Press.
KUHN, T. (1962). The Structure of Scientific Revolutions. Chicago: Chicago University Press.
LEFEBVRE, H. (1976). The survival of capitalism. London: Allison & Busby.
LEFEBVRE, H. (1991). The production of space. Oxford: Blackwell.
LEFEBVRE, H. (1999). A Revolução Urbana. Belo Horizonte: UFMG.
LEFEBVRE, H. (2001). O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro. LENZER, G. (ed.) (1998). Auguste Comte and Positivism: the essential writings. London: Transaction Publishers.
LOJKINE, J. (1976). Contribution to a Marxist Theory of Capitalist Urbanization. In: PICKVANCE, C. (org.). Urban Sociology. London: Tavistock Publications.
LOJKINE, J. (1981). O Estado Capitalista e a Questão Urbana. São Paulo: Martins Fontes.
LÖSCH, A. (1954). The Economics of Location. New Haven: Yale University Press.
MANDEL, E. (1976). Capitalism and Regional Disparities. Southwest Economy and Society 1, pp.41-47.
MANDEL, E. (1987) Late Capitalism. London: Verso.
MARSHALL, A. (1982)[1890]. Princípios de Economia: tratado introdutório. São Paulo: Abril Cultural, v.I, livro IV, cap.9-10. (Coleção “Os Economistas”)
MARX, K. (1999)[1867]. O Capital: Crítica da Economia Política. 17a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
MASSEY, D. (1984). Spatial Divisions of Labour: social structures and the Geography of Production. Londres: Macmillan Press.
PECQUEUR, B. e ZIMMERMANN, J.B. (2005). Fundamentos de uma economia da proximidade. In: DINIZ, C. e LEMOS, M. (orgs.) Economia e Território. Belo Horizonte: Editora UFMG.
PERROUX, F. (1964). Economic Space: Theory and Applications. In: FRIEDMANN, J.; ALONSO, W. (eds). Regional Development and Planning. Cambridge, Massachussets: MIT Press.
PERROUX, F. (1967). A economia do século XX. Lisboa: Livraria Morais Editora.
RICARDO, D. (1996)[1817]. Princípios de Economia Política e Tributação. São Paulo: Nova Cultural. (Coleção “Os Economistas”).
SMITH, A. (1996)[1776]. Ariqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Nova Cultural. (Coleção “Os Economistas”).
SOJA, E. (1993). Geografias pós-modernas: a reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
SOJA, E. (2000). Postmetropolis: critical studies of cities and regions. Blackwell.
SOUSA SANTOS, B. de (2005)[1987]. Um discurso sobre as ciências. 3.ed. São Paulo: Cortez.
VON THÜNEN, J. H. (1966) [1826]. The Isolated State. Volume 1. Oxford: Pergamon Press.
WALRAS, L. (1996). Compêndio dos Elementos de Economia Política Pura.São Paulo: Nova Cultural (Coleção “Os Economistas”).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2017 Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1) Los autores que publican en la RBEUR conservan los derechos sobre su obra y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, realizada bajo la Licencia Creative Commons Attribution que permite compartir la obra y asegura el reconocimiento de la autoría y del vehículo de publicación original, la RBEUR.
2) Los autores son libres para publicar y distribuir de forma no exclusiva la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de un libro), reafirmando la autoría y el reconocimiento del vehículo de publicación original, la RBEUR.