A persistente atualidade do padrão centro-periferia na metrópole paulistana
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202529ptPalavras-chave:
Movimentos Sociais, Segregação Socioespacial, Desigualdades Socioespaciais, Padrão Periférico de Crescimento, Periferia, Sujeitos Periféricos, São PauloResumo
Baseando-se na construção política e teórica de intelectuais periféricos, o artigo discute criticamente certa tendência contemporânea, presente nos estudos urbanos, de invalidação do conceito periferia como explicativo dos processos de urbanização das metrópoles. Discorrendo sobre a cidade de São Paulo e permeado de exemplos, o texto elenca nove argumentos que embasam a referida tentativa de invalidação, pontuando seus limites e fragilidades. O artigo parte de três premissas metodológicas principais: a relação entre as distintas zonas da cidade; a vocação histórica de cada uma das zonas e suas transformações; e o conflito entre as classes sociais na produção social do espaço urbano. Conclui-se que as periferias se complexicaram internamente nas últimas décadas, mas não puderam modificar a relação de dominação e dependência das zonas de alta renda e do centro tradicional da cidade de São Paulo. Desse modo, o padrão centro-periferia segue vigente.
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