Terras tradicionalmente ocupadas: processos de territorialização e movimentos sociais
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.2004v6n1p9Palabras clave:
Amazônia, movimentos sociais, territorialidade.Resumen
O texto analisa a relação entre o surgimento, na Amazônia, de movimentos sociais que incorporam fatores étnicos, critérios ecológicos e de gênero na autodefinição coletiva e os processos de territorialização que lhes são correspondentes. Ênfase é atribuída às denominadas “terras tradicionalmente ocupadas”, que expressam uma diversidade de formas de existência coletiva de diferentes povos e grupos sociais em suas relações com os recursos da natureza. Não obstante suas diferentes formações históricas, elas foram instituídas no texto constitucional de 1988 e reafirmadas nos dispositivos infraconstitucionais, como constituições estaduais, legislações municipais e convênios internacionais. Em termos analíticos tais formas designam situações nas quais o controle dos recursos básicos não é exercido livre e individualmente por um determinado grupo doméstico de pequenos produtores diretos ou por um de seus membros. A territorialidade funciona como fator de identificação, defesa e força: laços solidários e de ajuda mútua informam um conjunto de regras firmadas sobre uma base física considerada comum, essencial e inalienável, não obstante disposições sucessórias porventura existentes. Aí a noção de “tradicional” não se reduz à história e incorpora as identidades coletivas redefinidas situacionalmente numa mobilização continuada, assinalando que as unidades sociais em jogo podem ser interpretadas como unidades de mobilização.
Descargas
Citas
ALMEIDA, A. W. B. de. “Universalização e localismo – Movimentos sociais e crise dos padrões tradicionais de relação política na Amazônia”. Reforma Agrária, ano 19, n.1, p.4-7, abril/jun. 1989.
ALMEIDA, A. W. B. de. “Terras de preto, terras de santo, terras de índio – uso comum e conflito.” Belém, Cadernos do Naea, n.10, p.163-96, 1989.
ALMEIDA, A. W. B. de. “As quebradeiras de coco babaçu: identidade e mobilização.” São Luís, MIQCB – Caderno de Formação, n.1, p.17-8, 1995.
ALMEIDA, A. W. B. de. “Laudo antropológico – identificação das comunidades remanescentes de quilombo em Alcântara.” São Luís: Sexta Câmara do Ministério Público Federal, set. 2002. 385p.
ALMEIDA, A. W. B. de; SPRANDEL, M. A. “Palafitas do Jenipapo na Ilha de Marajó: a construção da terra, o uso comum das águas e o conflito”. Rio de Janeiro, Cadernos do Ippur, v.XVI, n.2, p.9-55, ago./dez. 2002.
BARTH, F. “Os grupos étnicos e suas fronteiras”. In: LASK, T. (Org.) O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contracapa, 2000. p.25-67.
BASES PARA uma política nacional da castanha. Belém: s.n., 1967.
BIANCARELI. “Indios no Brasil traçam plano eleitoral”. São Paulo, Folha de S.Paulo, p.A-27, 2.11.2003.
BORGES, P. Do valor alimentar da castanha-do-pará. Rio de Janeiro: SAI – Ministério da Agricultura, 1967.
CARTILHA DO Movimento Ribeirinho do Amazonas. Manaus, 2003. I Seminário sobre Identidade Ribeirinha. Manaus: CPT, 2003.
CARVALHO, A. Reforma Agrária, Rio de Janeiro, ed. O Cruzeiro, 1962.
CARVALHO MARTINS, C. Os deslocamentos como categoria de análise – agricultura e garimpo na lógica camponesa. São Luís, 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Maranhão.
CIRNE LIMA, R. Pequena história territorial do Brasil: sesmarias e terras devolutas. Goiânia: Ed. UFG, 2002.
CLAY, J. W. “Brasil nuts. The use of a keystone species for conservation and development.” In: FREESE, C. (Ed.) Harvesting wild species. New York: The John Hopkins University Press, 1997. p.246-82.
COIAB. “Unir para organizar, fortalecer para conquistar”. Manaus: s.n., 2003.
CONAQ/ACONERUQ/COHRE. Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios de Quilombos. Direito à moradia – regularização dos territórios de quilombos. São Paulo: s.n., agosto de 2003.
ÉBOLI, E. “Campo tem 71 grupos envolvidos em conflitos.” Rio de Janeiro, O Globo, 3.8.2003.
ENCONTRO BR-163 SUSTENTÁVEL. “Relatório Encontro BR-163 Sustentável – desafios e sustentabilidade socioambiental ao longo do eixo Cuiabá–Santarém”. Sinop (MT), Campus Unemat, 18 a 20 de novembro de 2003. Sinop: Anais…, 2003. 108p.
ESTEVES, B. M. G. Do “manso” ao Guardião da Floresta – estudo do processo de transformação social do sistema seringal a partir do caso da Reserva Extrativista Chico Mendes. Rio de Janeiro,1999. Tese (Doutorado) – CPDA da Universidade Federal de Roraima.
HOBSBAWM, E. Era dos Extremos– o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
IGLÉSIAS, M. “Os índios e as eleições municipais no Acre”. Rio de Janeiro, out. 2000. (Mimeo.)
JESUS, C. P. de. Utopia cabocla amazonense – agricultura familiar em busca da economia solidária. Canoas (RS): Editora da Ulbra, 2000.
MAB – Movimento de Atingidos por Barragens. Caderno do MAB, n.7 – “MAB: uma história de lutas, desafios e conquistas”, s.d.
MAB - Caderno de Formação, n.5, p.3, s.d.
NEVES, D. P. (Org.) A irmã Adonai e a luta social dos ribeirinhos – contribuição para a memória social. Niterói: s.n, 2003.
NOVAES, J; ARAÚJO, L.; RODRIGUES, E. Congresso da cidade – construir o poder popular, reinventando o futuro. Belém: Labor, 2002.
OTÁVIO, C. “Os conselhos municipais se multiplicam no país.” Rio de Janeiro, O Globo, 13.11.2003.
PACHECO DE OLIVEIRA, J. “Uma etnologia dos ‘índios misturados’: situação colonial, territorialização e fluxos culturais.” In: PACHECO DE OLIVEIRA, J. (Org.) A viagem de volta – etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1999. p.11-40.
PORANTIM. Brasília, ano XXII, n.230, nov. 2000.
REGIS, Dom G. F. Pistas ribeirinhas. Prelazia de Coari, 2003.
“O FUNDO de pasto que queremos – política fundiária e agrícola para os fundos de pasto baianos.” Salvador (BA), abril 2003.
SOARES, A. P. A. Travessia: análise de uma situação de passagem entre Oiapoque e Guiana Francesa. São Paulo, 1995. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
TONI, F.; KAIMOWITZ, D. (Orgs.) Municípios e gestão florestal na Amazônia. Natal: A.S. Editores, 2003.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2017 Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1) Los autores que publican en la RBEUR conservan los derechos sobre su obra y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, realizada bajo la Licencia Creative Commons Attribution que permite compartir la obra y asegura el reconocimiento de la autoría y del vehículo de publicación original, la RBEUR.
2) Los autores son libres para publicar y distribuir de forma no exclusiva la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de un libro), reafirmando la autoría y el reconocimiento del vehículo de publicación original, la RBEUR.