Lugar, Pluralidade da Existência e Democracia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2018v20n3p506

Palavras-chave:

lugar, território, sujeito corporificado, política, democracia.

Resumo

No Brasil, o aprofundamento das políticas neoliberais para atender as demandas das empresas globais, do agronegócio e das finanças tem levado a recuos significativos em relação à soberania nacional e à cidadania. Diante da ausência de um projeto nacional democrático, os espaços de interesse das grandes empresas são modernizados enquanto, consequentemente, é gerada uma desorganização do resto do território e da sociedade, que não interessam ou são residuais para essas políticas. Diante desse fato, urge a proposição de políticas que sejam democráticas, socialmente referenciadas, capazes de se sobrepor a essa lógica perversa. Neste artigo, propomos uma pequena reflexão da importância de se considerar a diversidade dos lugares e de todos os homens, todas as mulheres, instituições e empresas que os coabitam, para pensar e elaborar políticas públicas que levem em conta sujeitos concretos e permitam o uso democrático e plural do território.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Xavier, Universidade Federal de São Paulo, Instituto das Cidades

Marcos Xavier é geógrafo, professor Adjunto IV do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Dedicase à geografia humana, trabalhando temas como a relação entre as empresas e o território, circuitos espaciais da economia urbana, rede urbana, transformações da cidade, do lugar e da região diante da globalização, e território e democracia.

Referências

ANTAS Jr, R. M. Território e regulação: espaço geográfico, fonte material e não-formal do direito. São Paulo: Associação Editorial Humanistas: Fapesp, 2005

BACELAR, T. Dinâmica regional brasileira e integração competitiva. ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, 1997, Recife. Anais Anais do Encontro nacional da Anpur. Recife: ANPUR, 1997, p. 1070.

BRANDÃO, C. A. Estratégias hegemônicas e estruturas territoriais: o prisma analítico das escalas espaciais. Bahia Análise & Dados, Salvador, v. 21, n. 2, p. 303 -313, abr./jun, 2011.

BRANDÃO, C. A.; Fernández, V. R. En el marco de la transformación global del capitalismo: Lo urbano y el Estado. América Latina em Movimeto, n. 497, ano XXXVII, II época, p. 7 – 10, 2014.

CASTRO, A. B. A economia brasileira em marcha forçada. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

CATAIA, M. A alienação do território – o papel da guerra fiscal no uso, organização e regulação do território brasileiro. In: SOUZA, M. A. A. (org.) Território Brasileiro: usos e abusos. Campinas, SP: Edições Territorial, 2003. p. 397-407.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano – artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1996.

GODELIER, M. Racionalidade e Irracionalidade em Economia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, s/d.

GOTTMANN, J. A evolução do conceito de território. Boletim Capineiro de Geografia, Campinas. v. 2, n. 3, p. 523-545, 2012.

HARVEY, D. Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio. Espaço & Debates, n. 39, p.48-64, 1996.

HARVEY, D. Espaços de esperança. São Paulo: Loyola (6a ed.), 2013.

IANNI, O. O declínio do Brasil-nação. Estudos Avançados 14 (40) p. 51-58, 2000.

ISRNAD, H. O espaço geográfico. Coimbra: Livraria Almedina, 1982.

KLINK, J. A escalaridade e espacialidade do (novo) desenvolvimentismo, uma exploração conceitual para o debate. In: BRANDÃO, C. e SIQUEIRA, H. (orgs.) Pacto federativo, integração nacional e desenvolvimento regional. São Paulo: Editora Perseu Abramo, p. 19-

, 2013.

MASSEY, D. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015.

MANDEL, E. O capitalismo tardio. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

MARTÍN, M. A saga do partido Frente Favela Brasil: “Nem de esquerda nem de direita, eu sou preto”. Matéria publicada em El Pais – Brasil, Rio de Janeiro, 28/08/2017. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/28/politica/1503956295_511539.html, acessado em 14/09/2017.

MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010 [1844].

MORAES, A. C. R. Território e história no Brasil. São Paulo: Annablume, 2008.

PACHECO, C. A. Fragmentação da nação. Campinas, SP: Unicamp. IE, 1998.

REIS, J. Território e políticas do território. A interpretação e a ação. Finisterra, Lisboa, v. 50, n.100, pp. 107-122, 2015).

RIBEIRO, A. C. Sujeito corporificado e bioética: caminhos da democracia. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro. V.24, n.1, jan/abril, p. 82-86, 2000.

RIBEIRO, A. C. Território usado e humanismo concreto: o mercado socialmente necessário.

In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA. X, 2005, São Paulo. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina. São Paulo: USP, 2005 p. 12.458-12.470.

RICUPERO, R. Estudos Avançado, 14 (40). p. 13-21, 2000.

SANTOS, M. Do espaço sem nação ao espaço transnacionalizado. In: RATTNER, H. (org.) Brasil 1990: caminhos alternativos do desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1979a, p. 143-159.

SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesevolvidos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979b.

SANTOS, M. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1993.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional.

São Paulo: Hucitec, 1994a.

SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1994b

SANTOS, M. O território e o Saber Local: algumas categorias de análise. Cadernos IPPUR,

Rio de Janeiro, ano. XIII, n. 2, p. 15-26, 1999.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro-São Paulo: Record, 2000.

SANTOS, M.; Silveira, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro-São Paulo: Record, 2000.

SASSEN, S. Expulsões. São Paulo: Paz & Terra, 2016.

SENNETT, R. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro-São Paulo: Record, 2011.

SILVA, C. A.; SCHIPPER, I. Cartografia da ação social: Reflexão e criatividade no contato da escola com a cidade. Revista Tamoios (Online), v. 8, p. 20, 2012.

SILVA, F. A. Pobreza estrutural globalizada, território brasileiro e política de transferência de renda: o Programa Bolsa Família como evento. GEOUSP – espaço e tempo. v. 21, n. 1, p. 48-72, 2017a.

SILVA, F. A. A pobreza na região canavieira de Alagoas no século XXI: do Programa Bolsa Família à dinâmica dos circuitos da economia urbana. Tese de doutorado defendida junto ao Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 2017b, 318p.

SILVEIRA, M. L. Nuevo orden espacial de la globalización: encrucijadas y horizontes. Espacios, Revista de Geografia da Universidad Academia de Humanismo Cristiano, v. 1, p. 1-17, 2011.

SOUSA SANTOS, B. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2017.

SOUZA, M. L.; RODRIGUES, G. B. Planejamento urbano e ativismos sociais. São Paulo: UNESP, 2004.

VAINER, C. B. As escalas do poder eu poder das escalas: o que pode o poder local? Rio de Janeiro: UFRJ/Cadernos IPPUR. Ano xv, n.2, ago.-dez., p. 13-30, 2001

VAINER, C. B. (2013). Pátria, empresa e mercadoria. Notas sobre a estratégia discursiva do planejamento estratégico urbano. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. (orgs.) A cidade do pensamento único. Petrópolis: Vozes, 2013. (8a ed.).

WALLERSTEIN, I. (2003). Utopística ou As decisões históricas do século vinte e um. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

ZAOUAL, H. (2010). O homo situs e suas perspectivas paradigmáticas. OIKOS, Rio de Janeiro, v. 9, n.1, p.13-39.

Arquivos adicionais

Publicado

2018-07-27

Como Citar

Xavier, M. (2018). Lugar, Pluralidade da Existência e Democracia. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 20(3), 506. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2018v20n3p506