O espaço social das grandes metrópoles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.2000n3p111Keywords:
estrutura social, desigualdade, metrópole.Abstract
Neste trabalho, buscamos avaliar os princípios segundo os quais se organiza o espaço social das metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, adotando essa noção como um conjunto de relações que definem posições e condicionam os atributos dos indivíduos por elas distribuídos.1 As variáveis relativas à natureza, à posição na ocupação no trabalho e aos setores econômicos nos quais se exercem são utilizadas, em um primeiro momento, para definir conceitualmente as categorias sócio-ocupacionais que conformam a estrutura social a partir das relações que definem posições no mercado de trabalho e na estrutura produtiva dessas metrópoles. Analisamos a composição da estrutura social do conjunto das três metrópoles e suas diferenças, utilizando os dados do Censo de 1991. Em seguida, buscamos avaliar como essa hierarquia social corresponde à distribuição desigual dos dois atributos sociais fundamentais na sociedade capitalista contemporânea, os quais determinam as chances de inserção dos indivíduos na hierarquia social: o capital econômico (renda) e o capital escolar (educação). Utilizando as técnicas de análise fatorial e de conglomerado (cluster analysis), procedemos à classificação dos indivíduos segundo a sua posição na estrutura social e na distribuição dos capitais econômico e social. Tal análise nos permitirá identificar os princípios centrais segundo os quais o espaço social da metrópole se estrutura. Em seguida, avaliaremos em que medida as posições sociais identificadas são sobredeterminadas, ou não, por três atributos sociodemográficos que atuam como mecanismos seletivos na distribuição das formas de capitais: raça/etnia, sexo e tipo de família.
Downloads
References
BOURDIEU, P. La Distinction. Critique sociale du jugement. Paris: Minuit, 1979.
DESROSIÈRES, A., GOY, A., THÉVENOT, L. “L’identité sociale dans le travail statistique. La nouvelle nomenclature des professions et catégories socioprofessionnelles”. In: Pour une histoire de la statistique,Tome 1/contribuitions. Paris: Economica, s.d.
DESROSIÈRES, A., GOY, A., THÉVENOT, L. “L’identité sociale dans le travail statístique. La nouvelle nomenclature des professions et catégories socioprofessionnelles”. Economie et Statistique, INSEE, 1983.
DESROSIÈRES, A., THÉVENOT, L. Les catégories socioprofessionnelles.Paris: La Découverte, 1992.
HAMNETT, C. “Les changements socio-economiques à Londres”. Sociétés Contemporaines, n.22/23, juin/ sept.1995.
JORGE, A. F. et al. Categorias sócio-ocupacionais. Uma perspectiva para análise de força de trabalho e da distribuição de rendimentos no Brasil. s.d. (Mimeogr.).
JORGE, A. F. et al. Categorias sócio-ocupacionais: Uma perspectiva para análise da força de trabalho e da distribuição de rendimentos no Brasil. Departamento de Estudos e Indicadores Sociais (Deiso), 1985 (Mimeogr.).
MALOUTAS, T. “Ségrégation et relations familiales dans deux villes grecques: Athènes et Volos”. Sociétés Contemporaines, n.22/23, juin/ sept. 1995.
MOLLENKOPF, J. H., CASTELLS, M. Dual city: restructuring New York. New York: Russell Sage Foundation, 1991.
PAES E BARROS, R., MENDONÇA, R., DUARTE, R. Bem-estar, pobreza e desigualdade de renda: uma avaliação da evolução histórica e das disparidades regionais.Texto para Discussão nº. 454, IPEA, 1997.
PARKIN, F. Marxism and class theory. A bourgeois critique. London: Tavistock Publications, s.d. PRETECEILLE, E. “Cidades globais e segmentação social”. In: RIBEIRO, L. C. de Q., SANTOS JÚNIOR, O. A. dos (Org.) Globalização, fragmentação e reforma urbana — O futuro das cidades brasileiras na crise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.
SASSEN, S. The global cities: New York, London, Tokyo. Princeton: Princeton University Press, 1991. 354p.
SILVA, N. do V. Uma classificação ocupacional para o estudo da mobilidade e da situação do mercado de trabalho no Brasil. s.d.(a.) (Mimeogr.)
SILVA, N. do V. Posição social das ocupações. Centro de Informática. 1973. (Mimeogr.).
SILVA, N. do V. Categorias ocupacionais por sexo e cor. 17p. s.d.(b.) (Mimeogr.).
SILVA, N. do V. Atualização da escola socioeconômica de ocupação para 1980. SINGER, P. Economia política do trabalho. São Paulo: Hucitec, 1977.
STORPER, M. “Desenvolvimento territorial na economia global do aprendizado: o desafio dos países em desenvolvimento”. In: RIBEIRO, L. C. de Q., SANTOS JÚNIOR, O. A. dos. (Org.) Globalização, fragmentação e reforma urbana — O futuro das cidades brasileiras na crise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994. p.23-63.
TABARD, N. “Des quartiers pauvres aux banlieux aisées: une représentation sociale du territoire”. Economie et Statistique, n.270, p.5-21, 1993.
TABARD, N., CHENU, A. “Les transformations socioprofessionnelles du territoire français, 1982-1990”. Population, v.6, p.1735-70, 1993.
WEBER. M. Economia y sociedad. México: Fondo de Cultura Económica, 1979.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2017 Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
1) Authors who publish in RBEUR retain the rights to their work and assign to the journal the right to first publication, performed under the Creative Commons Attribution License that allows work to be shared and assures the recognition of authorship and of the original publication vehicle, to RBEUR.
2) Authors are free to assume additional contracts separately, for publication and non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publishing in an institutional repository or as a book chapter), reaffirming the authorship and recognition of the original publication vehicle, to RBEUR.