Lógica politécnica versus fisiocracia agreste: conflitos em torno da gestão ambiental num ecossistema no litoral fluminense

Autores

  • Marco Antonio da Silva Mello Departamento de Antropologia Cultural do IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ
  • Arno Vogel Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado do CCH/UENF, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2006v8n1p9

Palavras-chave:

comunidades pesqueiras, pesca lacustre, manejo de ecossistemas lacustres.

Resumo

Este artigo busca descrever e analisar a atividade da pesca artesanal no município de Maricá (RJ), para chegar, finalmente, à discussão dos impactos socioambientais da expansão da Região Metropolitana do Rio de Janeiro sobre suas lagunas e restingas. O registro da evolução histórica da paisagem de Maricá, a partir da literatura dos viajantes – naturalistas e geógrafos–, desde o século XIX, constitui, juntamente com uma ampla discussão da natureza, dinâmica e perspectivas dos ambientes lacustres fluminenses, o cerne da proposta para uma etnografia de seu manejo, pelas comunidades de pescadores e pela engenharia sanitária e urbana, com suas distintas, conflitantes e concorrentes concepções dos mecanismos de seu funcionamento (estagnação versus circulação); nesse caso, analisa-se a relação do conjunto de lagunas como mar, ou seja, a questão das barras oceânicas permanentes versus barras oceânicas sazonais.

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Biografia do Autor

Marco Antonio da Silva Mello, Departamento de Antropologia Cultural do IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ

Arno Vogel, Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado do CCH/UENF, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro

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Publicado

2006-05-31

Como Citar

Mello, M. A. da S., & Vogel, A. (2006). Lógica politécnica versus fisiocracia agreste: conflitos em torno da gestão ambiental num ecossistema no litoral fluminense. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 8(1), 9. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2006v8n1p9

Edição

Seção

Artigos