Rios que lavam memórias: as lavadeiras de Vitória da Conquista no processo de expansão urbana
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202521ptPalavras-chave:
Desenvolvimento Urbano, Desigualdades socioespaciais, Direito à cidade, Paisagem natural, Água, Memória urbana, Rios UrbanosResumo
Este artigo aborda a memória relacionada ao acesso à água na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, sob a ótica das lavadeiras residentes na comunidade do Conquistinha que dependem das águas do trecho urbano do rio Verruga. Com o avanço da urbanização, elas têm enfrentado dificuldades para permanecer em suas comunidades em razão da escassez de água e da valorização do solo. O texto explora o significado das intervenções realizadas pelo poder público no trecho urbano do rio e o modo como afetaram a relação entre a população ribeirinha e a cidade em crescimento. Utilizando a história oral como método, analisam-se os depoimentos de duas lavadeiras, colhidos no ano de 2020, contrapondo-os a fontes documentais. Os resultados revelam uma mudança na percepção da cidade e dos ecossistemas naturais por parte das entrevistadas, com impactos significativos na vida cotidiana dessa população.
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