Trançar histórias, cantar memórias: narrativas e deslocamentos de uma mulher em situação de refúgio

Autores

  • Júlia Motta Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-graduação em Cultura e Territorialidades, Niterói, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2232-7939

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202137pt

Palavras-chave:

Mulheres Refugiadas, Narrativas Identitárias, Cultura, Territorialidades, Metodologia de Pesquisa

Resumo

Por meio de uma etnografia e de uma metodologia desenvolvida para esta pesquisa, busco narrar a trajetória de uma mulher em situação de refúgio e a relação que ela estabelece com a nova cidade de morada. Ruth nasceu em Angola, mas cresceu na República Democrática do Congo (RDC). Tem 35 anos, mora no Rio de Janeiro desde 2014, é mãe de três filhos e trabalha como cantora e atriz. É no convívio com congolesas numa galeria em Madureira e numa igreja evangélica em Brás de Pina, bairro onde mora, que ela se reconecta a suas raízes e se reinventa no novo território. A metodologia proposta, usando fotos, desenhos e objetos, revela as experiências de uma mulher negra refugiada na cidade onde foi viver. Este artigo tem o objetivo, portanto, de refletir sobre o modo como mulheres em condição de refúgio se reinventam a partir do lugar de fronteira e como práticas sociais forjam identidades, territórios, espacialidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júlia Motta, Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-graduação em Cultura e Territorialidades, Niterói, RJ, Brasil

Graduada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), com habilitação em Jornalismo. Pós-graduada em Gestão da Indústria Cinematográfica pela Universidad Carlos III de Madrid (Espanha), com especialização em roteiro pela Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), em Cuba. Mestre em Cultura e Territorialidades pela Universidade Federal Fluminense (PPCULT/UFF). Integra o Grupo de Estudos sobre Comunicação, Cultura e Sociedade (Grecos). Realiza pesquisas de mapeamento cultural no Brasil e tem três livros publicados sobre o assunto. É feminista, produtora cultural, jornalista e pesquisadora com atuação nos seguintes temas: gênero, migração, cultura, territorialidades, fluxos narrativos e pensamentos de fronteira.

Referências

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro: Pólen, 2019.

ANZALDÚA, G. La consciência de la mestiza / rumo a uma nova consciência. Revista Estudos Feministas, v. 13, n. 3. p. 704-719, set.-dez. 2005.

ANZALDÚA, G. Como domar uma língua selvagem. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê: Difusão da língua portuguesa, n. 39, p. 305-318, 2009.

BHABHA, H. Como o novo entra no mundo: O espaço pós-moderno, os tempos pós-coloniais e as provações da tradução cultural. In: BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1998. p. 292-325.

EVARISTO, C. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. 1996. Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996.

EVARISTO, C. “Literatura negra: uma voz quilombola na literatura brasileira”. In: PEREIRA, E. de A. (Org.). Um tigre na floresta de signos. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. da UFBA, 2008.

KILOMBA, G. Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MUKASONGA, S. A mulher de pés descalços. Rio de Janeiro: Nós, 2017.

NASCIMENTO, B. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In: RATTS, A. Eu sou atlântica. Sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza: Imprensa Oficial, 2006.

PARAGUASSU, F. A menina que abraça o vento: a história de uma refugiada congolesa. Belo Horizonte: Voo, 2017,

PEREIRA, G. L. O exercício de atravessar a cidade pela narrativa de Carolina Maria de Jesus. XVI ENANPUR, 2015, Belo Horizonte. Anais Sessões Temáticas. Belo Horizonte: Enanpur, 2015. Tema: Espaço, planejamento e insurgências: alternativas contemporâneas para o desenvolvimento urbano e regional.

RATTS, A. Eu sou atlântica. Sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza: Imprensa Oficial, 2006.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2006.

VIDAS NEGRAS. Entrevistada: Gabriela de Matos. [Locução de:] Tiago Rogero. [S.l.] Rádio Novelo, 9 jun. 2021. Podcast. Available at: https://spoti.fi/2TKsCDd. Viewed on: June 11, 2021.

Publicado

29-11-2021

Como Citar

Motta, J. (2021). Trançar histórias, cantar memórias: narrativas e deslocamentos de uma mulher em situação de refúgio. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 23. https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202137pt

Edição

Seção

Dossiê: Território, gênero e interseccionalidades