Olinda: memória e esquecimento

Autores

  • Virgínia Pontual MDU-UFPE, Recife
  • Vera Milet Departamento de Arquitetura e Urbanismo - UFPE, Recife

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2001n5p39

Palavras-chave:

história, urbanismo, práticas urbanísticas, organização urbanística, memória, esquecimento.

Resumo

Este artigo discute as recentes práticas urbanísticas em sítios históricos, destacando aquelas exaltadas, por uns, como um novo e eficiente modo de pensar as cidades e criticadas, por outros, como “culturalismo de mercado”. A essas críticas acrescenta-se outro argumento: o de que tais práticas usam a história do lugar como valor cultural, mas intervêm esvanecendo a sua especificidade e singularidade. Adotando a reconstituição histórica da formação do sítio de Olinda, responde à seguinte indagação: que práticas dos urbanistas levam ao esquecimento ou à memória da história do lugar? Assim, estão relatados fatos do passado que parecem denotar destruição e perda. No decorrer do artigo relaciona-se essa discussão aos relatos de memorialistas e textos de historiadores que informam sobre a formação da então vila da Capitania de Pernambuco.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARANTES, O. B. F. Urbanismo em fim de linha e outros estudos sobre o colapso da modernização arquitetônica. São Paulo: Edusp, 1998.

ARANTES, O. B. F. Uma estratégia fatal: a cultura nas novas gerações urbanas. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2000.

ARANTES, A. A. (Org.). Produzindo o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. São Paulo: Brasiliense/Secretaria de Estado da Cultura/SEC-Condephaat, 1984.

BAERS, J. Olinda conquistada. Recife: Typographia de Laemmut & C. Editores, 1898.

BARLAEUS, G. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Recife: Prefeitura da Cidade do Recife/Secretaria de Educação e Cultura/Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1980.

BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BERNARDES, D. Para reler o Recife e suas origens. In: REZENDE, A. P. (Org.). Recife: que história é essa?. Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 1987.

BORJA, J.; FORN, M. de. Políticas da Europa e dos Estados para as cidades. In: Revista Espaço & Debates. São Paulo: Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos, ano XVI, n.39, 1996.

BORJA, J.; Castells, M. As cidades como atores políticos. In: Revista Novos Estudos Cebrap – Dossiê Cidades, n.45, julho de 1996a.

BRANDÃO, A. F. Diálogos das grandezas do Brasil. 3.ed. Recife: Fundaj/Editora Massangana, 1997.

CALADO, Frei M. O Valeroso Lucideno e triunfo da liberdade. 4.ed. Recife: Fundarpe, 1985.

CASTELLO, L. Imparare da Serafina: a trama das percepções estimuladas. In: Anais… 2001, Rio de Janeiro. IX ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL. Rio de Janeiro: Anpur. 2001.

CERVALLATI, P. L.; SCANNAVINI, R. Bolonia, Política y Metodologia de la Restauración de Centros Históricos. Barcelona: Gustavo Gilli, 1976.

CARTA DE LISBOA. Carta de reabilitação urbana integrada. Outubro de 1995.

DECLARAÇÃO DE AMSTERDÃ. Conselho da Europa. Outubro de 1975. In: CURY, I. (Org.). Cartas Patrimoniais. 2.ed. ver.aum. Rio de Janeiro: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), 2000.

HALL, P. Cidades do amanhã. São Paulo: Editora Perspectiva, 1995.

HARVEY, D. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1993.

HARVEY, D. Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio. In: Revista Espaço & Debates. São Paulo: Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos, ano XVI, n.39, 1996.

JEUDY, H.-P. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.

LE GOFF, J. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

LAET, J. de. Historia ou Annaes dos Feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas da Biblioteca Nacional, 1916.

MELLO, E. C. de. Rubro veio: o imaginário da restauração pernambucana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

MELLO, E. C A fronda dos Mazombos: nobres contra mascates; Pernambuco, 1666-1715. São Paulo: Companhia das Letras, 1995

MELLO, J. A. G. de. Tempo dos flamengos: influência da ocupação holandesa na vida e na cultura do Norte do Brasil. 3.ed. Recife: Fundaj/Editora Massangana, 1987.

MELLO, J. A. G. Homenagem a Olinda Patrimônio Cultural da Humanidade. In: Grandes Moinhos do Brasil S/A Indústrias Gerais, Relatório 82/83. Recife, 1983.

MELLO, J. A. G. O chamado Foral de Olinda, de 1537. In: Revista do Arquivo Público. Recife: Arquivo Público Estadual – Governo do Estado, ano XI, n.13, dez./1974.

MENEZES, J. L. M. Olinda: evolução urbana. In: CARITA, H.; ARAUJO, R. (Coord.) Coleção de estudos universo urbanístico português – 1415-1822.Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998.

MENEZES, J. L. M. Olinda e Recife – 1537/1630. Recife: s.n., s.n. (Mimeo.) OLIVEIRA, B. S. de. Espaço e estratégia: considerações sobre a arquitetura dos jesuítas no Brasil. Uberlândia: Prefeitura Municipal de Uberlândia, 1988.

OLIVEIRA, V. M. A. de. Projeto Foral de Olinda. Relatório Final. Olinda: Prefeitura Municipal de Olinda, 1996.

ORAMAS, L. P. Frans Post, invenção e “aura” da paisagem. In: HERKENHOFF, P. (Org.). O Brasil e os holandeses (1630-1654). Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999.

PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA. Plano Diretor de Olinda. Olinda: PMO/Secretaria de Planejamento Urbano, Obras e Meio Ambiente, 1997. (Versão preliminar.)

PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA. Programa de Reabilitação do Patrimônio Cultural Urbano – perfil de projetos – roteiro para informações básicas. Recife: PMO/Iphan/MINC/BID, mar./1997. (1ª versão)

PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA. Projeto Piloto Olinda. Olinda: Fundação Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, 1984. PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA. Plano Diretor Local Integrado do Município de Olinda. Olinda: PMO/Sociplan/Serfhau, 1973. v.I, II e III.

PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA. Legislação Básica Urbanística, Lei n.º 3.823/73. In: Plano Diretor Local Integrado do Município de Olinda. Olinda: PMO/Sociplan/Serfhau, 1973. v.IV.

REIS FILHO, N. G. Contribuição ao estudo da evolução urbana do Brasil – 1500/1720. São Paulo: Livraria Pioneira Editora/Editora da Universidade de São Paulo, 1968.

RODRIGUES, C. R. Monitoramento das transformações nas tipologias arquitetônicas e nos índices urbanísticos do sítio histórico de Olinda. (Trabalho graduação), 2000. Recife: Departamento de Arquitetura e Urbanismo/UFPE.

SALVADOR, Frei V. do. História do Brasil: 1500-1627. São Paulo, 1975.

SOUZA, G. S. de. Tratado descriptivo do Brasil em 1587. 3.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938.

VICENTINI, I. Teorias da cidade: reformas urbanas contemporâneas. In: IX ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL. Anpur. Rio de Janeiro, 2001. Anais… Rio de Janeiro, Anpur/Ippur/UFRJ, 2001.

Publicado

30-11-2001

Como Citar

Pontual, V., & Milet, V. (2001). Olinda: memória e esquecimento. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, (5), 39. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2001n5p39

Edição

Seção

Artigos