Empresas recuperadas por trabalhadores no Brasil e na Argentina

Autores

  • Flávio Chedid Henriques Núcleo de Solidariedade Técnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  • Michel Jean-Marie Thiollent Programa de Pós-Graduação em Administração da UNIGRANRIO, UNIGRANRIO, Rio de Janeiro.

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2013v15n2p89

Palavras-chave:

empresas recuperadas por trabalhadores, organização do trabalho, autogestão, estudos organizacionais críticos.

Resumo

Este artigo é resultado de uma tese de doutorado que teve como objetivo identificar inovações no campo da organização do trabalho produzidas pelas experiências de empresas recuperadas por trabalhadores no Brasil e na Argentina. A tese central defendida é a de que as limitações impostas pela hegemonia do modo de produção capitalista não encerram a possibilidade de construção de novas relações sociais de produção. Os cinco estudos de caso realizados e a experiência de levantamentos da totalidade das experiências de empresas recuperadas nos dois países forneceram elementos que permitiram problematizar em vários aspectos a organização capitalista do trabalho e, por meio de uma crítica prática, como sugere Rebón (2007), propiciaram a reflexão sobre a possibilidade de superação do modelo hegemônico, que não passa apenas pela inovação no interior das organizações, mas também da relação dessas empresas com seus territórios.

 

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Publicado

2013-11-30

Como Citar

Henriques, F. C., & Thiollent, M. J.-M. (2013). Empresas recuperadas por trabalhadores no Brasil e na Argentina. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 15(2), 89. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2013v15n2p89

Edição

Seção

Economia Social, Popular e Solidária, Autogestão e Território