https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/issue/feedRevista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais2025-05-20T10:03:16-03:00Maria Encarnação Beltrão Sposito revista@anpur.org.brOpen Journal SystemsRevista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionaishttps://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7975Editorial: A “poliperiferia” e o “giro periférico” nos Estudos Urbanos2025-05-15T20:46:49-03:00Matthew A. Richmondmatthew.richmond@newcastle.ac.ukPatrícia Maria de Jesuspatricia.maria@ufabc.edu.brJean Legroux legrouxjean@gmail.com<p>Editorial do Dossiê A “poliperiferia” e o “giro periférico” nos Estudos Urbanos</p>2025-05-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7985Repensando o urbanismo do Sul a partir da periferia2025-05-20T10:03:16-03:00Xuefei Renrenxuefe@msu.edu<p>Os estudos urbanos globais têm testemunhado uma virada periférica, à medida que os pesquisadores vêm mudando seu olhar da parte central das cidades para as áreas periurbanas. Essa mudança de perspectiva é crucial para estudar cidades no sul global, já que a maior parte do crescimento urbano nessa região ocorreu na franja urbana. Este ensaio analisa a evolução dos estudos sobre a China urbana e considera como a China enquanto estudo de caso pode lançar luzes sobre a virada periférica nos estudos urbanos globais. Ele defende que as pesquisas sobre a China urbana precisam ir além das maiores cidades do país e se debruçar sobre uma gama mais ampla de regiões periféricas e de experiências urbanas. O nordeste da China é usado como exemplo para ilustrar de que maneira é possível enriquecer a narrativa sobre o urbanismo chinês ao se adotar uma visão periférica. Em seguida, são propostas algumas questões comparativas para repensar o urbanismo do Sul a partir da periferia.</p>2025-05-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7980Periferias africanas e as circunstâncias brasileiras2025-05-18T14:22:51-03:00Alan Mabinalan.mabin@wits.ac.za<p>Um grande número de trabalhos publicados atualmente examina diversos aspectos das periferias das cidades brasileiras. As periferias certamente não são apenas áreas de pobreza, negligência e privação, mas também podem ser áreas de riqueza. Do outro lado do Oceano Atlântico, na África, periferias muito diversas são os locais de maior crescimento urbano. A terminologia usada para descrever essas áreas varia, e a palavra “subúrbio” é geralmente usada de diferentes maneiras. Como ocorre no Brasil, a diversidade e a complexidade formam um tema de trabalho no que concerne às periferias urbanas africanas, reconhecendo a mistura de autoconstrução, projetos conduzidos pelo Estado e “desenvolvimentos” com fins lucrativos altamente capitalizados. A governança periférica requer um alto grau de coerência intersetorial e interescalar. Há um enorme escopo para um tráfego bidirecional de trabalho sobre periferias entre a África e o Brasil.</p>2025-05-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7973As periferia vividas: cronótopos, biografias e temporalidades2025-05-15T19:47:55-03:00Alicia Lindónalicia.lindon@gmail.com<p>O texto analisa periferias vividas latinoamericanas, em particular, aquelas com precariedade, exclusão e segregação urbana, associadas à autoconstrução da moradia. Parte-se dos processos de expansão urbana que produzem a periferização, desde a perspectiva dos sujeitos-habitantes. Para tanto, se desenvolvem alguns eixos de análise a partir da experiência que seus habitantes têm desta materialidade. O primeiro eixo aborda as formas de enunciar a periferia e a configuração discursiva de cronótopos periféricos. Um segundo eixo consiste na ancoragem das biografias na materialidade periférica. Outro eixo de análise aborda a tensão entre as mudanças periféricas e o que permanece (ordem periférica), mesmo quando é indesejado. Logo, são consideradas as formas de viver o tempo da espera/esperança, para fechar com uma reflexão sobre a periferia vivida como uma periferia movimento.</p>2025-05-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7972As periferias urbanas como ambiente fértil para mudanças sociais2025-05-15T19:18:09-03:00Guilherme Simõesguilherme.simoes@cidades.gov.brJosué Medeirosjosue.medeiros@cidades.gov.br<p>Este artigo trabalha a noção de periferia como um território marcado não apenas por vulnerabilidades estruturais, mas também como um lugar de potências desenvolvidas pelo povo que vive nas favelas e comunidades brasileiras. O que entendemos por potências da periferia resulta das estratégias coletivas de ação política, social, econômica e cultural que constituem não apenas uma forma de sobrevivência, mas um modo de vida sobre como viver bem nas periferias. Para sustentar essa ideia, primeiro fazemos um breve histórico sobre as periferias e a urbanização brasileiras, efetivadas sob a hegemonia do desenvolvimento desigual e periférico do capitalismo em nosso país e, na sequência, apresentamos a noção de potências das periferias, com alguns exemplos práticos atuais.</p>2025-05-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7977Favelas e Comunidades Urbanas: a nova nomenclatura adotada pelo IBGE e o retrato da diversidade desses territórios2025-05-16T20:51:59-03:00Letícia de Carvalho Giannellaleticia.giannella@ibge.gov.brLarissa Souza Catalálarissa.catala@ibge.gov.br<p>O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem se dedicado a produzir estatísticas sobre as favelas e comunidades urbanas desde, pelo menos, 1940. A escolha de critérios e nomenclaturas que possam representar adequadamente esses territórios tem sido, desde então, um grande desafio para o Instituto. Compreendendo que os conceitos não são neutros e alinhando-se aos preceitos normativos do direito a cidades sustentáveis e da função social da propriedade urbana, o IBGE promoveu, em janeiro de 2024, a mudança de nomenclatura: de Aglomerados Subnormais para Favelas e Comunidades Urbanas. O texto a seguir discorre sobre esse processo de mudança, situando-o também no escopo da ampliação da identificação de favelas e comunidades urbanas de menor porte e em cidades localizadas fora das Concentrações Urbanas. Além disso, evidencia-se a relação da mudança com o surgimento e a consolidação de novos atores e políticas públicas.</p>2025-05-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7697Dar nome aos bois: um ensaio sobre categorias nativas e suas implicações políticas2024-07-18T19:25:59-03:00Ana Luiza Vieira Gonçalvesvgoncalves.analu@gmail.comCibele Saliba Rizekcibelesr@uol.com.br<p>O presente artigo parte de inquietação inicial centrada na nomeação dos territórios periféricos e suas dimensões políticas e/ou despolitizantes, em um processo diretamente ligado ao repertório e às categorias (teóricas e políticas) mobilizados para sua compreensão. A partir disso, buscamos elaborar e desdobrar algumas consequências da adoção da categoria “ocupação” para identificar territórios periféricos em São Paulo, considerando o contexto de disputa política, ideológica e econômica entre diferentes atores, como Estado – presente sob a forma de institucionalidade, poder de polícia, parlamentares e leis, o que produz diferentes efeitos nos territórios –, matrizes religiosas distintas, grupos que operam mercados ilícitos, movimentos sociais, organizações não governamentais, empresas privadas do mercado formal, moradores e universidades nacionais e internacionais, entre outros. A partir de pesquisa empírica realizada no distrito do Grajaú, zona sul da cidade de São Paulo, interessa-nos sobretudo pôr em xeque as formas de adoção acrítica de categorias à primeira vista nativas; defendemos, no caso estudado, o uso da categoria “favela” a partir de uma perspectiva dissensual, incidindo sobre o sensível, conferindo-lhe outras nomeações e disputando sentidos instrumentalizados por uma suposta ação virtuosa.</p> <p><span style="font-weight: 400;">A partir de pesquisa empírica realizada no distrito do Grajaú, Zona Sul da cidade de São Paulo, defendemos o uso da categoria favela a partir de uma perspectiva dissensual, incidindo sobre o sensível e conferindo-lhe outras nomeações e disputando sentidos instrumentalizados por uma suposta ação virtuosa.</span></p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7688Territórios periféricos e as geografias da reprodução social crítica: heterogeneidade de práticas na urbanização periférica2024-08-24T11:38:22-03:00Thiago Canettierithiago.canettieri@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">A partir de pesquisa de natureza etnográfica realizada em uma periferia metropolitana de Belo Horizonte, este texto investiga as geografias da reprodução social crítica produzidas por sujeitos periféricos de modo a garantir sua sobrevivência em meio à crise. Explora-se a diversidade de práticas a partir de relatos de histórias da área estudada, atentando-se para as estratégias de reprodução social e as espacialidades produzidas. Trata-se de estratégias para sobreviver nas adversidades acumuladas no contexto da crise contemporânea. O argumento baseia-se no diagnóstico de uma profunda transformação nos territórios periféricos e busca evidenciar a complexidade das práticas sociais que estão envolvidas na dinâmica da urbanização periférica, evidenciando a heterogeneidade desta realidade.</span></p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7709Afetos, escrevivências musicais e reposicionamento de imaginário: Sou periferia! Sou periferia! 2024-08-27T16:58:20-03:00John Max Santos Salesjohn.ms@unitins.br<p>O centro e a periferia apresentam diferenças a nível de imaginário. O primeiro é constituído pela ideia de superioridade, beleza, prestígio e ordem, enquanto a segunda é vista de forma contrária, correspondendo a inferioridade, periculosidade, desordem, fealdade etc. Esta ideia encontra-se consubstanciada na esfera dos afetos, contribuindo para que o centro seja alvo de afeição enquanto a periferia de aversão. Textos de canções têm sido um aliado histórico para o reposicionamento de imaginário sobre as periferias, apontando e difundindo potencialidades. Em realidade, são verdadeiras “escrevivências”, termo cunhado por Conceição Evaristo para denominar textos que somam escrita e vivência periférica. Assim, este artigo propõe uma reflexão sobre as periferias soteropolitanas a partir de uma interpretação afetiva de escrevivências musicais, na qual percebe-se compositores negros periféricos que criam discursos próprios para afrontar o centro e lutam por um imaginário respaldado por afetos que refletem respeito e admiração.</p>2025-05-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7721Fragmentação socioespacial e novas periferias em cidades médias do semiárido brasileiro: Mossoró (RN) e Sobral (CE) 2024-08-05T22:27:35-03:00Wagner Vinícius Amorinwagner.amorin@uece.brCláudio Smalley Soares Pereiraclasmalley@hotmail.comCleiton Ferreira da Silvacleiton.f.silva@unesp.br<p>O artigo tem por objetivo fazer uma análise comparativa do processo de fragmentação socioespacial em duas cidades médias do Semiárido Brasileiro – Mossoró (RN) e Sobral (CE) – que coteja semelhanças e diferenças no que concerne ao porte demográfico, às funções interurbanas em suas respectivas redes e, fundamentalmente, aos seus <em>habitats </em>periféricos. Ambas se localizam na região Nordeste, fundada na grande propriedade rural e influenciada por condicionantes do clima semiárido predominante no domínio morfoclimático da Caatinga. Guardam, ao mesmo tempo, diferenças históricas quanto a sua situação geográfica, estruturação espacial, aspectos sociais, culturais e economias regionais. Essas cidades desvelam particularidades que, em análise comparativa, apresentam aspectos centrais ao processo de estruturação urbana e de fragmentação socioespacial. Esta última é tratada aqui como um processo multiescalar que tem sido sistematicamente aprofundado pelas políticas habitacionais, seja pela persistência das favelas e comunidades urbanas ou pelas estratégias do mercado imobiliário, cujos agentes promovem espaços residenciais fechados exclusivos, quase sempre associados a uma ideia de morar nas proximidades de locais de consumo para as altas rendas, em áreas aprazíveis e relativamente “afastadas” de locais “indesejados” da cidade, frequentemente atreladas à negação da própria cidade e de suas relações socioambientais. Este artigo, portanto, tematiza a fragmentação socioespacial e seus aspectos fundantes, tomando como base a dimensão do habitar e a atuação dos agentes econômicos produtores do espaço residencial urbano nas novas áreas periféricas.</p>2025-04-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7787A persistente atualidade do padrão centro-periferia na metrópole paulistana2024-08-25T16:54:02-03:00Tiaraju Pablo Dandreatiarajupablo@gmail.com<p>Baseando-se na construção política e teórica de intelectuais periféricos, o artigo discute criticamente certa tendência contemporânea, presente nos estudos urbanos, de invalidação do conceito <em>periferia</em> como explicativo dos processos de urbanização das metrópoles. Discorrendo sobre a cidade de São Paulo e permeado de exemplos, o texto elenca nove argumentos que embasam a referida tentativa de invalidação, pontuando seus limites e fragilidades. O artigo parte de três premissas metodológicas principais: a relação entre as distintas zonas da cidade; a vocação histórica de cada uma das zonas e suas transformações; e o conflito entre as classes sociais na produção social do espaço urbano. Conclui-se que as periferias se complexicaram internamente nas últimas décadas, mas não puderam modificar a relação de dominação e dependência das zonas de alta renda e do centro tradicional da cidade de São Paulo. Desse modo, o padrão centro-periferia segue vigente.</p>2025-05-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7717Circulação e uso de dados em territórios periféricos: possibilidades e limites na transformação urbana 2024-09-22T11:04:55-03:00Ana Laura Souza Vargassouzavargasanalaura@gmail.comFernanda Lima-Silvaemaildefernandalima@gmail.comAndré Duarte Massahoudandreduartemassahud@gmail.comNaiara Rocha Pereiranaiararochatnt@gmail.comGuilherme Prado Abreugprado.abreu@gmail.com<p>Este artigo visa contribuir com o debate sobre a produção e circulação de dados referentes a territórios periféricos, em particular favelas e ocupações, buscando superar a frequente marginalização epistemológica dos seus cidadãos e explorar o potencial de tais dados para produzir transformações no âmbito local. Ele almeja responder à seguinte pergunta de pesquisa: quais são as possibilidades e os limites de um processo de produção, circulação e uso de dados em territórios periféricos? O trabalho foi desenvolvido a partir de um prisma decolonial e de uma metodologia de pesquisa-ação participativa, envolvendo moradoras de um território periférico e pesquisadores universitários. Os dados trabalhados derivam da análise de documentos oficiais, da legislação, de relatórios, de entrevistas semiestruturadas com atores-chave e de relatos de atividades como oficinas, assembleias e reuniões. Os resultados indicam que o processo de produção, circulação e uso de dados contribuiu para gerar informações e conhecimentos que não existiam previamente e fortalecer a mobilização e o agir político comunitário, bem como a articulação entre moradores e o governo municipal, o que resultou na inserção de algumas demandas comunitárias na agenda do governo municipal e em melhorias urbanas no território. Além disso, a participação ativa das moradoras enquanto pesquisadoras e o uso de instrumentos de pesquisa que propiciam horizontalidade contribuíram para potencializar o projeto, ainda que tenha havido dificuldades na aplicação de alguns instrumentos tecnológicos de pesquisa.</p>2025-05-19T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7702Produção cultural periférica e urbanização: uma abordagem a partir das representações artísticas teatrais da periferia de São Paulo – SP 2024-11-02T14:00:28-03:00Raquel de Padua Pereiraraqueldepaduapereira@gmail.com<p style="font-weight: 400;">Neste artigo, abordamos a produção cultural e artística no contexto da periferia contemporânea, tecendo, especificamente, nexos entre o fazer teatral periférico da metrópole de São Paulo e o processo de urbanização. O argumento principal é de que as representações artísticas teatrais periféricas são elaboradas com base na realidade concreta e simbólica do espaço e, logo, da urbanização. Dessa forma, elas contribuem com mudanças nas formas de pensar e representar a periferia. Assim, refletimos se esse teatro, situado nos marcos da produção cultural periférica contemporânea, pode ser uma chave interpretativa da heterogeneidade dos espaços periféricos, segundo uma poética e uma territorialidade próprias.</p>2025-05-19T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7716Das periferias às bordas heterogêneas: repercussões da produção imobiliária recente em espaços urbanos complexos da Amazônia paraense2024-09-25T19:24:44-03:00José Queiroz de Miranda Neto mirandaneto@ufpa.brLeonardo Pantoja Corrêa leonardo.correa@aluno.uepa.brLuiz Augusto Soares Mendes lasmgeo@hotmail.comWillame de Oliveira Ribeirowillame@uepa.br<p style="margin: 0cm; margin-bottom: .0001pt; text-align: justify; background: white;">Na Amazônia paraense, uma grande diversidade de conteúdos socioespaciais tem tomado conta dos espaços distantes, isto é, das bordas das cidades, que antes eram preenchidas quase exclusivamente por periferias urbanas. Diante disso, o objetivo do artigo consiste em analisar as mudanças que têm se processado nas periferias dos espaços urbanos complexos da Amazônia paraense e a participação dos agentes do mercado imobiliário nessas transformações. Com base em aprofundamentos teóricos, análises documentais e trabalhos de campo, constatou-se que em Belém, Castanhal, Marabá e Altamira as periferias não apenas não desapareceram, como tampouco tiveram sua condição precária amenizada. Todavia, as extremidades do tecido urbano deixaram de ser somente preenchidas por esse conteúdo socioespacial, o que explicita, atualmente, uma configuração heterogênea de seus espaços distantes, sendo os agentes do mercado imobiliário fundamentais nesse processo.</p>2025-05-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7735Os impactos da ação do Estado e das políticas sociais de habitação na construção do sujeito – o caso do sujeito Zona Norte2024-07-21T14:55:24-03:00Poliana Risso da Silvapoliana.risso@yahoo.com.brCarolina Maria Pozzi de Castrocarolmcastro@gmail.comGuilherme Shoiti Uedag.s.ueda@gmail.com<p class="Default" style="text-align: justify; line-height: 150%; margin: 36.0pt 0cm 6.0pt 0cm;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%; color: windowtext;">Este artigo busca compreender como as transformações socioespaciais urbanas ocorridas em São José do Rio Preto - SP, em especial na região norte da cidade, foram apreendidas por seus moradores ao longo de suas trajetórias de vida. O intuito é identificar os efeitos dessa apreensão em seus processos de subjetivação. Para tanto, analisou-se a transformação da Zona Norte, de uma condição inicial de periferia estigmatizada à centralidade. A leitura analítica do quadro socioeconômico do município contribuiu para a realização das entrevistas semiestruturadas e estas para a compreensão da percepção dos moradores sobre o local onde vivem. Observou-se um emaranhado de mecanismos, discursos, estratégias e agentes conduzidos pela racionalidade neoliberal, englobando o Estado, conduzindo à ressignificação do lugar. O sujeito, fruto desta constelação de fatores, concebe a Zona Norte sem, no entanto, explorá-la enquanto potência social transformadora. É preciso promover novos processos de subjetivação que recuperem a unidade da comunidade e sejam capazes de estimular uma coprodução do espaço para a democratização real do direito à cidade.</span></p>2025-05-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7683Drogas, moral e “hiperperiferias centrais” sob a lógica socioespacial fragmentária em São Paulo (Brasil) e Bogotá (Colômbia) 2024-07-23T20:44:29-03:00Thiago Godoi Calilthiago.calil@unesp.brEda Maria Góeseda.goes@unesp.br<p>A partir da análise de espaços centrais que concentram consumo de drogas ilícitas nas cidades de São Paulo (Brasil) e de Bogotá (Colômbia), este artigo tem o objetivo de propor novas perspectivas sobre a relação centro-periferia, levando em conta o impacto do dispositivo das drogas e da moral a ele associada. Como procedimentos metodológicos, utilizaram-se observações de campo, pesquisa documental e revisão bibliográfica na interface entre o conceito de periferia e os espaços estudados. A identificação de códigos compartilhados e conteúdos semelhantes entre a periferia e o centro problematiza a tradicional oposição centro-periferia, evidenciando a complexidade da atual realidade urbana latino-americana e a necessidade de atualizar os conceitos disponíveis para compreendê-la. Aproximar as realidades de São Paulo e Bogotá permitiu lançar a hipótese de que a moral associada à ilegalidade pode intensificar processos de fragmentação socioespacial, resultando em “hiperperiferias centrais”, enclaves com conteúdo “periférico” em pleno centro.</p>2025-04-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7704Consumo alimentar na periferia da metrópole em fragmentação: diferenças e desigualdades em São Paulo (SP) 2024-07-30T17:48:35-03:00Sara Rebello Tavaressararebello@gmail.comGustavo Nagib gustavo.nagib@unesp.brMaciej John Wojciechowskijohn.matias@linhadagua.org.br<p>Analisam-se, neste artigo, desigualdades e diferenças concernentes ao consumo alimentar na metrópole de São Paulo, considerando a lógica socioespacial fragmentária como marco teórico. Focalizando os territórios de Cidade Tiradentes e Pinheiros, considera-se a distribuição desigual de alimentos frescos e minimamente processados em relação às práticas cotidianas de consumo. A pesquisa, de caráter qualiquantitativo e cartográfico, evidencia que a expansão de redes supermercadistas na periferia, embora intensifique a policentralidade, não mitiga a insegurança alimentar, perpetuando a predominância de alimentos ultraprocessados. Observa-se uma maior quantidade, diversidade e qualidade dos estabelecimentos em Pinheiros, enquanto em Cidade Tiradentes há a dependência de formatos como atacarejos, bem como características de desertos alimentares. As narrativas dos citadinos demonstram como renda, mobilidade e situação geográfica impactam as escolhas alimentares, reforçando as disparidades socioespaciais. Conclui-se que há urgência de políticas públicas que promovam equidade no acesso a alimentos saudáveis, integrando a segurança alimentar ao direito à cidade, destacadamente no atual contexto do processo de fragmentação socioespacial.</p> <p><strong> </strong></p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7670Favela-metrópole: a crise do urbanismo e a centralidade das periferias 2024-10-24T19:50:05-03:00Gilberto Vieira da Cruz Juniorgilbertovieiracruz@gmail.comRodrigo José Firminorodrigo.firmino@pucpr.brRafael Matta Carnascialimattaciali@gmail.com<p>As metrópoles do sul global são constituintes da crise que se instaurou com a chegada do Antropoceno. As periferias e favelas dessas megacidades apontam para uma nova possibilidade de pensar a geografia global. O presente artigo articula conceitos de território, poder e informalidade a fim de evidenciar um conflito latente de racionalidades que seria capaz de rever os mecanismos de planejamento e estudos urbanos. Este trabalho opta por um percurso exploratório, onde as incertezas são valorizadas como processo de reflexão. Ele apresenta pontos e conceitos que se entrecruzam e se misturam num emaranhado à luz da ideia de um urbanismo do Sul e das experiências propostas por coletivos e organizações oriundas do Conjunto de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro.</p>2025-04-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7728Periferias como lugares de (re)existência das mulheres: do corpo à cidade 2024-07-30T17:53:09-03:00Tuize S. Roveretuize.rovere@gmail.com<p>O artigo trata de como mulheres moradoras das periferias empobrecidas e menos providas de serviços públicos de apoio ao trabalho de cuidado desenvolvem suas (re)existências cotidianas diante dos processos de espoliação impostos aos seus corpos pela vulnerabilidade socioeconômica e pela política pública habitacional. A pesquisa enfatiza a intersecção entre gênero, raça e classe no acesso ao direito à cidade e na construção do espaço urbano, destacando as formas como essas mulheres atuam para atenuar os efeitos do trabalho precarizado, da subtração de direitos básicos, da sobrecarga do trabalho de cuidados e da habitação em lugares segregados socioespacialmente. É abordado o modo paradoxal de como a política pública habitacional se comporta como meio de acesso à moradia e, ao mesmo tempo, como mais um mecanismo de controle dos corpos femininos nos territórios, restringindo sua autonomia e mobilidade nas cidades. O estudo se aproxima da abordagem etnográfica, contando com a observação participante, as caminhadas pelo bairro, a roda de conversa entre mulheres e os cadernos de campo como procedimentos metodológicos para melhor compreender as formas cotidianas de (re)existir e fazer a cidade das moradoras do Residencial Viver Bem, na periferia sul de Santa Cruz do Sul (RS). São abordadas, ainda, as maneiras como essas mulheres constroem redes de ajuda entre si como estratégia de sobrevivência, desafiando a lógica disciplinadora do Estado. A análise se dá sob perspectivas feministas e decoloniais sobre as cidades e o espaço urbano, trazendo uma crítica à noção universalista do direito à cidade, defendendo a importância de reconhecer os modos plurais de habitar. O artigo leva à reflexão sobre como as cidades devem ser pensadas a partir da materialidade dos corpos nos territórios em que habitam, por meio do conhecimento das suas experiências concretas, superando abordagens normativas que perpetuam desigualdades.</p>2025-04-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7656Jovens empreendedores e utopias periféricas na zona sul de São Paulo2024-08-24T11:37:15-03:00Henrique Costahen.costa@gmail.comSue A. S. Iamamotosue.iamamoto@ufba.br<p style="font-weight: 400;">Baseado em uma etnografia que acompanha a trajetória de quatro jovens da periferia da zona sul de São Paulo, este artigo investiga a forma como o empreendedorismo se desenvolve como a outra face da cultura periférica. Entendido como forma cultural utópica do trabalho por conta própria, defendemos que o empreendedorismo desloca horizontes de expectativa que eram identificados anteriormente como preponderantes entre os moradores da periferia – um emprego com carteira assinada e a participação política. O artigo conclui que, ao não se verem mais representados no mercado de trabalho e nas organizações de esquerda, esses jovens se apoiam na utopia do empreendedorismo para dar respostas tanto aos seus dilemas individuais quanto, coletivamente, ao seu projeto de autonomia periférica.</p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7684Narrativas periféricas e etnografias urbanas: a ótica cotidiana dos sujeitos sobre as experiências urbanas2024-08-13T21:54:18-03:00Karina Malachias Domingos dos Santoskarina.malachias@unesp.brArthur Magon Whitackerarthur.whitacker@unesp.br<p>Utilizamos elementos de etnografia urbana e pesquisa-ação para examinar práticas socioespaciais e experiências urbanas a partir de uma perspectiva periférica. O estudo, realizado nos distritos de Cidade Tiradentes e São Mateus, na cidade de São Paulo, avaliou percursos urbanos acompanhados e narrativas de moradores que, associadas às vivências da pesquisadora, desvelaram uma condição periférica singular, cindida e reveladora da fragmentação socioespacial.</p>2025-04-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7719Dispositivos de segurança e medidas segregadoras que propiciam homogeneidades e heterogeneidades na sub-região oeste da RMSP2024-09-19T10:57:27-03:00Luiz Gonzaga Philippi Filhozagaphilippi@gmail.comAdriana Marques Rossettoamarquesrossetto@gmail.com<p>Pela perspectiva dos dispositivos de segurança e medidas segregadoras, num gradiente das populações de baixa, média e alta renda e em construções de baixo, normal e alto padrão construtivo, apresentam-se, com o uso da ferramenta Street View e a interação com os dados visuais por meio de <em>hyperlinks</em> e <em>QR Codes</em>, exemplos de segregação socioespacial em territórios periféricos na sub-região oeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Pretende-se expor, em uma instância mais individual – na escala do corpo humano e no nível do pedestre –, como medidas segregadoras materializadas no espaço urbano se relacionam com homogeneidades e heterogeneidades que coabitam territórios periféricos, a própria conformação urbana, suas interações sociais e processos de formação. Utilizando dados estatísticos sobre vitimização embasados por referências da Antropologia e da Sociologia, analisando situações contrastantes nas vias de acesso de unidades habitacionais até enormes empreendimentos imobiliários, evidencia-se como medidas individualistas influem, de diferentes maneiras, no desenho da cidade e no dia a dia da população.</p>2025-04-29T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7981Resenha: A Espoliação Urbana, ontem e hoje, dentro e fora2025-05-19T11:06:36-03:00Matthew A. Richmondmatthew.richmond@ncl.ac.uk<p>Resenha do livro <em data-start="276" data-end="295">Espoliação Urbana</em>, de Lúcio Kowarick, lançado em 1979 e publicado pela primeira vez em inglês em 2024, consolidando-se como uma obra clássica dos estudos urbanos.</p>2025-05-19T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7760Condições de mobilidade urbana em tempos de expansão imobiliária: contradições na Região Metropolitana de São Paulo2024-11-13T23:48:46-03:00Angela Seixas Pilottoangelaspilotto@gmail.com<p>Este artigo apresenta resultados de pesquisa que toma como ponto de partida um conjunto de análises sobre o “<em>boom</em> imobiliário” e sobre a “crise da mobilidade urbana” no Brasil, nas décadas de 2000 e 2010, quando se apontou para piora nas condições de mobilidade urbana, predominância do transporte individual motorizado, intensa dinâmica imobiliária, aumento do preço dos imóveis e espraiamento urbano. Por meio de abordagem multiescalar e com múltiplas variáveis, apresenta-se um conjunto de contradições entre a intensificação da produção imobiliária residencial, a produção de infraestrutura e serviços de transporte coletivo, a expansão do uso do transporte individual motorizado e as condições de mobilidade urbana decorrentes, com ênfase na Região Metropolitana de São Paulo.</p>2025-05-19T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7671Finanças, habitação e cidade: notas sobre as transformações recentes no circuito financeiro-imobiliário espanhol 2024-08-20T19:12:37-03:00Bruno Pereira Reisbrunop.reis@usp.brMariana Fixmarianafix@usp.br<p>Este artigo analisa transformações recentes no circuito financeiro-imobiliário espanhol. Defendemos a hipótese de que a atividade econômica se reorganizou, no contexto pós-crise (2007-08), em função de novas lógicas e dinâmicas da acumulação financeira, protagonizadas pela entrada e pela atuação de fundos de investimento imobiliário internacionais nas grandes cidades do país, amparadas por mudanças no marco regulatório das finanças e da legislação urbanística. As evidências apontam para um aprofundamento no tratamento da habitação social como se fosse um ativo financeiro, resultando no despejo de centenas de moradores e na transformação da paisagem construída e da vida urbana.</p>2025-04-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7747A lógica da “conta inversa”: rentabilidade imobiliária e interesse público no projeto urbano PIU Vila Leopoldina-Villa-Lobos em São Paulo2024-07-01T15:59:54-03:00Isadora Marchi de Almeidaisamarchialmeida@gmail.comPaula Freire Santoropaulasantoro@usp.br<h1>Este artigo investiga mudanças nas lógicas que embasam instrumentos urbanísticos que funcionam como políticas habitacionais inclusivas relacionando sua literatura ao estudo de caso do Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina-Villa-Lobos (PIU-VL) na cidade de São Paulo. O caso revela uma mudança nos mecanismos de financiamento na qual o modelo tradicional de captura da mais-valia calculada segundo o potencial construtivo disponível na área se transformou em uma “conta inversa” em que o custo da execução das intervenções de interesse público (composto principalmente da habitação) se torna o valor a ser capturado. A conclusão a que se chega é de que a “conta inversa” se aproxima de dinâmicas das parcerias público-privadas, traz riscos de subordinação do interesse público à lógica imobiliário-financeira e está estruturada com base na rentabilidade imobiliária privada como ponto de partida, mas, principalmente, como limitador das intervenções de interesse público, fragilizando compromissos do poder público perante a população afetada.</h1>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7775O Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) no financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): uma análise espacial da atuação do Fundo na trajetória e na distribuição geográfica dos recursos 2024-11-16T20:49:46-03:00Gislaine de Miranda Quagliogislaine.dmq@gmail.comGuilherme Carneiro Leão de Albuquerque Lopesguilherme.cla.lopes@gmail.comCláudia Regina Heckclaudia.heck@ufmt.br<p>O Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) representa a principal fonte de recursos para o financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Nesse sentido, o presente estudo buscou identificar a dimensão efetiva da atuação do FNE-Pronaf, principalmente pela distribuição espacial da massa monetária. A metodologia fundamenta-se em um estudo exploratório com revisão bibliográfica e análise descritiva de dados, mediante técnicas de análise espacial e geoprocessamento. Os resultados indicam que, entre 2002 e 2023, a participação do FNE-Pronaf na quantidade de contratações manteve percentuais estáveis e relevante capilaridade municipal. Em termos de valores, até 2017, ocorreu expansão dessa participação, sobretudo no Semiárido, e, após 2018, registrou-se redução, caracterizada pelo avanço em direção a essa área (das faixas oeste e litorânea). Adicionalmente, a análise espacial bivariada revelou que tal avanço apresenta dois padrões de associação para a localização do FNE-Pronaf e a massa monetária do FNE.</p>2025-04-29T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7664Espaços de lazer de natureza e iniquidade racial2024-07-24T20:51:01-03:00Danilo Ciaco Nunesd962167@dac.unicamp.brBruno Modesto Silvestrebruno.modesto@upe.brSílvia Cristina Franco Amaralscfa@unicamp.br<p>Este estudo teve por objetivo analisar o acesso da população negra de Campinas, com base na distância de moradia, aos equipamentos públicos de lazer na natureza instalados na cidade. Foram utilizados dados oficiais fornecidos pelo município e aqueles relativos ao georreferenciamento da distribuição das Áreas Verdes de Função Social cotejados com os dados raciais do Censo 2010. Por meio do acompanhamento da evolução da morfologia urbana e do aumento do perímetro oficial da cidade, ocorrido como resultado de movimentos migratórios regulares, os quais trouxeram pessoas em busca de melhores condições de vida (em sua maioria negras), conclui-se que Campinas reproduz um modelo de urbanização dispersa, que impacta o acesso aos espaços públicos de lazer já precarizados desde o processo da abolição escravagista.</p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7763Colonialismo científico e periódicos brasileiros e latino-americanos: desafios na difusão internacional dos estudos urbanos e regionais2024-09-27T17:55:44-03:00Fernanda Cantarimfernanda@cantarim.comRodrigo José Firminorodrigo.firmino@pucpr.brManoela Massuchetto Jazarmanoelamj.arq@gmail.com<p>Os periódicos representam uma das principais formas de validação e difusão de conhecimento nas ciências. A ciência, no entanto, não é neutra, pois há uma complexa engrenagem acadêmica e mercadológica de produção de artigos que influencia o funcionamento da rede de conhecimento, citações e métricas de impacto. Este artigo aborda questões relacionadas às mudanças na qualificação dos periódicos brasileiros e latino-americanos ante os grandes indexadores editoriais. Foi realizada uma análise comparativa dos posicionamentos dos periódicos em Planejamento Urbano e Regional/Demografia (PURD)do Qualis (quadriênio 2013-2016 e Único de 2020), cujas variáveis incluem o posicionamento no Qualis, indexadores cadastrados e métricas de impacto. Os resultados apontam um alinhamento do método de classificação da Capes com critérios de grandes indexadores editoriais e o modo como essas mudanças se aproximam da lógica de publicação e priorização de alto impacto presente nas Ciências Exatas e Biológicas. Por fim, discutem-se os efeitos que essa abordagem pode trazer para o cenário de difusão científica em Planejamento Urbano e Regional.</p>2025-03-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7752Deus ex machina ou Cavalo de Troia? Considerações sobre quatro décadas de smart cities 2024-09-26T22:06:07-03:00Lucas Pinto Seixasl182668@dac.unicamp.brLindon Fonseca Matiaslindon@unicamp.br<p>O apelo por <em>smart cities </em>vem ganhando importância nas cidades em todo o mundo há aproximadamente quatro décadas. Os estudos urbanos no Brasil pouco têm se dedicado a compreender as implicações desse processo de uma perspectiva crítica. O presente artigo parte de uma perspectiva cética sobre a capacidade das <em>smart cities </em>de se constituírem como respostas aos desafios urbanos, revelando as principais formas e conteúdos que elas assumiram ao longo de suas trajetórias marcadas por transformações, que se iniciam no contexto pós-crise do capitalismo fordista e têm seu estágio mais atual no contexto capitalista de plataforma, condicionando diferentes elementos no espaço urbano. O presente artigo investiga as principais definições de <em>smart city</em> propostas por diferentes agentes, buscando também desvendar seu conteúdo político-econômico. A conclusão é de que, apesar de aparentar ser mecanismo importante de melhoria da qualidade de vida, contraditoriamente elas apresentam potencial de aprofundar as desigualdades sócio-espaciais.</p>2025-04-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7777Biorregião urbana: o percurso conceitual e projetual nos textos de Alberto Magnaghi 2024-11-20T20:40:37-03:00Thaís Souza Pimentelpimentell.thais@gmail.comRenata Hermanny de Almeidarenatahermanny@gmail.com<p>Inserido nas discussões acerca da urbanização contemporânea, na crítica ao modelo centro-periferia (manifestado na forma-metrópole) e no debate referente aos problemas ambientais da atualidade, Alberto Magnaghi (1941-2023) propõe uma mudança de paradigma, substituindo as regras geradoras da urbanização contemporânea por outras geradoras da biorregião urbana. Por meio de análise das obras seminais do autor italiano, este artigo objetiva apresentar a construção do conceito de biorregião urbana, em seu sentido teórico e prático, evidenciando sua importância na abordagem ecoterritorialista, e propor um modelo de representação figurativa do conceito. Assim, destaca-se o caráter unificador da biorregião urbana, ao colocar o Ser Humano e a Natureza no mesmo nível de importância, bem como a ambição da proposta, que subverte lógicas econômicas, políticas, produtivas e habitacionais. Ainda, o trabalho propõe a adoção de unidades biorregionais mínimas para a identificação de biorregiões urbanas e ressalta o aspecto reflexivo, complexo e relacional do conceito por meio de um modelo representacional figurativo.</p>2025-04-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7693Rios que lavam memórias: as lavadeiras de Vitória da Conquista no processo de expansão urbana 2024-10-19T15:06:25-03:00Luisa Prazeres Vasconcelosluisavasconcelos@hotmail.comFelipe Eduardo Ferreira Martafefmarta@uesc.br<p>Este artigo aborda a memória relacionada ao acesso à água na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, sob a ótica das lavadeiras residentes na comunidade do Conquistinha que dependem das águas do trecho urbano do rio Verruga. Com o avanço da urbanização, elas têm enfrentado dificuldades para permanecer em suas comunidades em razão da escassez de água e da valorização do solo. O texto explora o significado das intervenções realizadas pelo poder público no trecho urbano do rio e o modo como afetaram a relação entre a população ribeirinha e a cidade em crescimento. Utilizando a história oral como método, analisam-se os depoimentos de duas lavadeiras, colhidos no ano de 2020, contrapondo-os a fontes documentais. Os resultados revelam uma mudança na percepção da cidade e dos ecossistemas naturais por parte das entrevistadas, com impactos significativos na vida cotidiana dessa população.</p>2025-04-29T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7773Globalização, neoliberalismo e competitividade regional: notas para discussão 2024-08-29T20:44:25-03:00Ricardo Castillocastillo@unicamp.brHenrique Faria dos Santoslivehenriquefariasantos@hotmail.com<p>O artigo propõe discutir o conceito de competitividade em sua dimensão geográfica com base em uma abordagem crítica, a fim de demonstrar como o discurso e a prática de políticas de planejamento para o alcance da competitividade dos países e dos subespaços nacionais (regiões, territórios, lugares, cidades) estão atrelados aos imperativos do período atual da globalização neoliberal. Dado que as condições locais e regionais têm sido cada vez mais decisivas para a produção, a circulação e a comercialização eficientes dos agentes hegemônicos, a inserção competitiva de bens e serviços nos mercados internacionais depende fundamentalmente das capacidades do espaço em gerar alta produtividade e fluidez. Contudo, a busca incessante por competitividade a todo custo provoca impactos social, econômica e ambientalmente perversos, como o que se observa nas regiões produtivas de países periféricos especializados em <em>commodities</em>. Tudo isso tem acentuado a “guerra dos lugares”, o desenvolvimento geográfico desigual e a vulnerabilidade territorial.</p>2025-03-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.emnuvens.com.br/rbeur/article/view/7754A ordem urbano-regional na dependência rentista-neoextrativista: o caso do Brasil2024-08-13T21:46:41-03:00Luiz Cesar de Queiroz Ribeirolcqribeiro@gmail.comNelson Diniznelson.filho.1@cp2.edu.br<p>O objetivo do artigo é dialogar com o clássico debate sobre a urbanização dependente, com base na seguinte pergunta inicial de investigação: Até que ponto, ainda hoje, a ordem urbano-regional brasileira é determinada, entre outros fatores, pelas relações de dependência? Defende-se a hipótese de que a articulação contemporânea entre rentismo e neoextrativismo reforça a situação de dependência do Brasil, abrindo caminho para dinâmicas urbanas diversificadas, vinculadas a processos como a reprimarização, a financeirização e a desindustrialização do país. Trata-se, em termos metodológicos, de resgatar a tradição dos estudos urbanos latino-americanos que buscavam formas mais abrangentes e totalizantes de explicar as relações entre poder, acumulação e produção do espaço, ressaltando, ao fazê-lo, tópicos para uma agenda de pesquisa em torno da “nova urbanização dependente”.</p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025